AQUIETANDO A MENTE

Nossa mente esta inquieta, bombardeada a cada segundo, não desligamos nunca. Não nos deixam. Permitimos e aceitamos. Vivemos conectados. Deitamos assistindo TV e conectados a tudo. A noite toda chegam mensagens, atualizações, etc… Dormimos dando boa noite para comunidade virtual e acordamos dando bom dia a ela. Mal e mal abrimos os olhos e queremos ver as atualizações. Onde vamos parar? Melhor ainda, vamos parar?

Vivemos no mundo da multimídia. Somos bombardeados diariamente por centenas de informações advindas de todos os meios: TV, jornal, rádio, redes sociais, e-mails, outdoors. Tudo destacado em luzes de neon e letras garrafais, não tem como escapar, o alvo é você e tem que ser atingido.

Por que uma insônia repentina se instalou e insiste em permanecer? Por que essa irritabilidade mesmo nos momentos de lazer? São tantos os porquês, que não damos conta de responder, até porque, quase nunca paramos para poder refletir sobre isso e apenas vamos vivendo, ou levando ou levando a vida, como se diz.

É importante a observação de que nosso ritmo mental mudou, e está cada vez mais acelerado. Sequer temos essa percepção. Entramos nessa roda viva e achamos que é assim que é.

Já perceberam como estamos robotizados? Comece a prestar atenção nos seus atos. Quantos deles é ação e quantos são apenas reação. É isso mesmo, poucas vezes agimos, na maioria das vezes reagimos de maneira automatizada.

Quantas vezes você já se pegou no final de semana repetindo o caminho para o trabalho, até se dar conta de que não precisa ir trabalhar? Quantas vezes já respondeu ao seu filho sem sequer ter prestado atenção à pergunta? Ao ser questionado sobre sua resposta, muitas vezes nada a ver, cai em si e diz “O que você me perguntou mesmo?” Quantas vezes você já se surpreendeu com a passagem do tempo? Quantas exclamações tipo: “Não acredito que já estamos no final do ano”. Você não esta vivendo horas de 60 minutos? Dias com 24 horas? Meses com 30 ou 31 dias? Seu ano não tem 365 dias? Ora, se nada mudou com relação a essas convenções de tempo, por que achamos que não estamos vivendo cada minuto, hora, dia ou mês? A resposta é, porque não estamos ali. Ali, onde? No presente, no real, na vida que acontece e se renova. Vivemos perdidos na linha do tempo, deslocados ora no passado, brigando com ele, tentando entendê-lo ou aceitá-lo, ora deslocados no futuro, alimentando nossas preocupações normalmente com dinheiro e saúde.

Nossa mente esta inquieta, bombardeada a cada segundo, não desligamos nunca. Não nos deixam. Permitimos e aceitamos. Vivemos conectados. Deitamos assistindo TV e conectados a tudo. A noite toda chegam mensagens, atualizações, etc… Dormimos dando boa noite para comunidade virtual e acordamos dando bom dia a ela. Mal e mal abrimos os olhos e queremos ver as atualizações. Onde vamos parar? Melhor ainda, vamos parar?

Só há um remédio para nossos males, desligarmos nossa mente inquieta. Dominarmos esse macaquinho que vive pulando dentro de nosso cérebro, ávido por informações. Sobre o quê? Sobre tudo, não importa, temos que manter a conexão, temos que ser os primeiros a saber qualquer coisa. Como posso ficar sem informações da Chechênia???

Às favas tudo isso, precisamos aquietar nossas mentes para podermos usufruir de nossas vidas de novo. De maneira simples e tranquila. Podemos até perder o sono momentaneamente por uma questão pontual, mas logo no outro dia recuperamo-lo. Vamos viver um pouco mais nosso micro universo, com pouca atenção no macro. Vamos começar a ter tempo para não fazer nada, sem que isso incomode. Desfrutar de uma ociosidade vital para nossos neurônios. Vamos escutar nossa mente intuitiva que anda tão reprimida por conta de não darmos espaço a ela.

Desligue-se um pouco. Faça um pouco de silêncio e escute esse silêncio, aí sim você saberá que conseguiu aquietar sua mente e estará em paz consigo mesmo.

 

Dr. Edmilson Fabbri
Para o Jornal Universidade Ciência e Fé
(http://www.cienciaefe.org.br/) em Novembro/2016
Imagem: Fiveprime - The Glow Drop (Pog's pix)
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