À beira do abismo pairam as trevas
e a luz procurada virá de uma vez,
olhar pra mim o sentido se fez.
Procuro no escuro sentir-me seguro,
mas a mente exigente quer a luz reluzente.
O que mais almejo é o sol levantar,
corro o ponteiro pra ver no poleiro o galo cantar e da vida enfim o sentido encontrar.
O Sol só descansa e não se levanta,
a minha vontade não é suficiente,
o Sol escolheu subir lentamente.
É muita agonia não chega o dia.
No peito latente o relógio apressado, já corre dobrado e parece parado,
é ele o maluco ou estou caduco?
Tal sombras da noite um contorno impreciso pode ser um aviso,
e aquilo que vejo não sei se desejo,
talvez seja sorte ou chamado da morte.
A porta que abre confunde-me a mente e sinceramente um medo me assola.
Estou dentro ou tô fora?
Chegou minha hora?
Meu peito acelera e vejo que eu era.
A luz reluzente chegou finalmente
Me sinto abençoado sou iluminado.
A origem divina da luz que fascina
é aurora na alma que agora me acalma.
Texto de José Nauiack - em Dez/18 Imagem: backlit-beach-dawn-588561