POR QUE NOS VICIAMOS?

Sistema de Recompensa Cerebral: Por que nos viciamos?

Descoberto em 1950 pelos psicólogos James Olds e Peter Milner, da Universidade McGill, no Canadá, o Sistema de Recompensas, mecanismo existente no cérebro, é formado por grupo de neurônios situados em algumas regiões do cérebro. Quando desenvolvemos algumas ações físicas ou mentais que nos parecem prazerosas, esses neurônios liberam DOPAMINA, que é um neurotransmissor que mede nossas sensações de prazer e inunda nosso cérebro. Claro, após sentir essa sensação de prazer você quer senti-la de novo e assim sucessivamente. Sendo assim esse sistema exerce forte influência sobre nossas ações e decisões, definindo muitos dos nossos comportamentos.

Já ouviram a expressão “morrer de prazer”? Isto é possível, justamente pela ação do sistema de recompensas. Foi realizado um estudo com ratos que consistia no seguinte: O ratinho tocava em um fio, levava um choque, porém ativava uma região do cérebro que liberava DOPAMINA e ele sentia prazer. Foram tantas as vezes que o rato levou choque para sentir prazer que acabou por morrer. Morreu de prazer!

Isso nos explica, também, parcialmente, e a dificuldade dos viciados, tanto em cigarros e álcool, quanto em outras drogas ilícitas, e eu disse parcialmente, pelo fato de aí estarem envolvidos outros aspectos de dependência, inclusive questões genéticas. Acho importante essas ressalvas para que preservemos o mote central do tema que contempla o complexo mecanismo cerebral denominado Sistema de Recompensas.

Aqui também, explica-se a dificuldade das pessoas obesas em fazer regime, pois a comida, principalmente, os doces trazem essa sensação de prazer, principalmente quando numa mesa bem posta com diversas iguarias, como nos buffets de casamentos e recepções de gala. A questão é a decepção que sucede esse prazer, quando exageramos na quantidade e nos sentimos mal horas depois. Neste caso não só fisicamente como também emocionalmente, pois ficamos frustrados pela nossa incapacidade de autocontrole diante da comida nessas situações. Extrapolando ainda mais, o que não dizer então das pessoas que exageram diariamente nessa quantidade, independente de qualidade ou de bela mesa posta?

Obviamente que aqui caberiam diversas outras situações, tipo, sexo, compras, viagens etc… que fossem desmedidas, repetidas como vício e não com um propósito maior.

Sabedores desta informação, devemos nos precaver de iniciar certas situações ilusórias no tocante ao prazer, pois conforme demonstrado, corre-se o risco de viciar-se em prazer, podendo até em um extremismo, morrer-se por ele, ou por causa dele.

EDMILSON MARIO FABBRI
para a Revista Ciência e Fé nº261 em DEZ/2021
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