O atual estilo de vida e a agressão das exigências do trabalho chegam a transforma-se em estressógenos desorganizadores da saúde e do comportamento.
De modo geral, executivos, empresários, secretárias, investidores e intelectuais sofrem ininterrupta tensão muscular, devido às longas horas de esforço intelectual associado á tensão emocional e á necessidade de tomar decisões enquanto permanecem fisicamente passivos. Falta-lhes o reflexo natural de relaxamento que ocorre como resposta espontânea ao esforço físico deliberado. Por isso, têm dificuldade para dormir e, quando o conseguem, não descansam bem.
Poderíamos imaginar que o encarregado da sessão de reclamações não deveria cansar-se, pois está o dia todo sentado. Sua atividade é mental, e os impactos que recebe são emocionais, como no caso da secretária de um chefe injusto e exigente. Mas eles se cansam, e muito, pois as diversas áreas do corpo humano não são compartimentos independentes. O ser humano é uma unidade. O que afeta as emoções e o intelecto também afeta o corpo.
O problema é que isso ocorre muitas vezes, sem que se perceba. A queixa agressiva de um cliente insatisfeito e a exigência injusta de um chefe atuam como estressores, provocando tensão nos músculos, que não se relaxam, porque a tensão não foi produzida por esforço físico, seguido de pausa para descansar, mas por preocupação contínua que não dá descanso.
Nas grandes empresas e fábricas onde o empregado faz sempre a mesma tarefa, dentro da linha de montagem, o trabalho é planejado mais em função da produção do que da saúde do trabalhador. O indivíduo não pode desenvolver a criatividade e se sente um número na empresa ou arruela na engrenagem. Isso é estressante para muitas pessoas.
O mesmo ocorre quando o indivíduo trabalha em tarefas desvinculadas de suas habilidades ou de sua vocação e se vê obrigado a continuar por razões de sobrevivência. A situação pode agravar-se quando a atitude mental do trabalhador é negativa e começa a sentir-se um mártir, gerando sentimentos de autocomiseração.
Há um estresse comum gerado em telefonistas e, de igual forma, em secretárias e digitadoras. Também existem os agressores físicos representados por condições insalubres de trabalho. As vezes são inevitáveis, noutras, poderiam ser modificadas.
Há trabalhos físicos que também estressam. Especialmente aqueles realizados em meio a ruídos constantes, que ultrapassam 50 decibéis. É o caso dos motoristas de ônibus e de caminhões que suportam o impacto auditivo contínuo de pelo menos 100 decibéis, somados á necessidade de estar constantemente alerta no trânsito, também estressante.
Algo semelhante a ocorre com os que trabalham em aeroportos, submetidos a 130 ou 140 decibéis de ruído, ou em fábricas e oficinas onde o barulho é inevitá vel, como por exemplo, o produzido pelas serras circulares, que podem alcançar 110 decibéis.
PRECAUÇÕES
Além de buscar melhorar as condições de trabalho, cada um tem algo a fazer para alcançar o equilíbrio. Por isso é que muitas pessoas ligadas à atividade sedentária e d1e tensão com um médico. Contudo, caminhadas, natação e ciclismo podem ser saudáveis, especialmente se causam prazer. É possível que o exercício mais saudável e relaxante, para alguns, sejam a jardinagem, o cuidado de uma horta ou outras atividades úteis que evitem jornadas longas sem pausa.
Para controlar o estresse, ao chegar em casa, desligue a mente do trabalho. E ligue-se a outras coisas que o tranqüilizem. Reavalie seu estilo de vida e renove seus objetivos. Pode ser que esteja exigindo de si mesmo além do que é prudente.
Estabeleça uma ordem adequada de prioridades. Lembre-se de que ser é superior a ter. Inclua em seu programa diário uma boa dose de atividade física prazerosa. O esforço muscular exigido pelo trabalho braçal produz a fadiga hipotônica, relaxante e saudável. “Doce é o sono do trabalhador”, diz a bíblia.
Edmilson Mario Fabbri Jornal Universidade – Ciência e Fé Ano 23 – Nº 266 – Junho 2022