Tirando uma folga pra cuidar da cabeça

Vencer preconceitos, numa sociedade  complexa e multicultural como a nossa, ainda é um grande desafio, especialmente no que se refere  ao adoecer psíquico, mesmo que este seja um tema tão comum, e que pode afetar a todos igualmente. Mas algumas atitudes simples podem ajudar a mudar este quadro: o tweet de uma jovem conversando com seu chefe recentemente mostrou não só a importância de se falar abertamente sobre tais barreiras, como também de cuidarmos de nossas cabeças.

Uma funcionária de uma empresa de tecnologia de Michigan (EUA), enviou um e-mail para sua equipe, avisando que ia tirar dois dias de folga para cuidar da saúde mental; foi surpreendida pela resposta do CEO da empresa, que dizia:

Oi, Madalyn. Eu gostaria de te agradecer pessoalmente por mandar um e-mail como este. Toda vez que você o faz, eu os uso como lembretes da importância de usar dias de folga também para a saúde mental. Eu não acredito que isso não seja uma prática comum em todas as organizações. Você é um exemplo para todos nós, ajudando a acabar com o estigma para que seja possível para todos nós darmos 100% no trabalho”.

Esta troca de mensagens viralizou na Internet, recebendo milhares de comentários positivos e muitas trocas de experiência, com  relatos de pessoas  como:

“ O RH da minha empresa queria que eu avisasse com antecedência sobre meus ataques de pânico”

“Meu chefe disse que ansiedade não é doença de verdade, e que eu teria de levar um atestado médico”

“Minha  chefe disse que era problema meu, e que iria considerar minha falta como injustificada”

Entrevistado, o CEO da empresa de Madalyn, Ben  Congleton,  disse que ficou surpreso com tantas reações, pois saúde mental é saúde; se um atleta se machuca, ele para por um tempo para se recuperar, e assim também deve ser com as pessoas que trabalham com o cérebro.

Esta é uma prioridade em sua empresa, e ele acrescenta que muitas pessoas vivem com medo de divulgar seus problemas emocionais no trabalho, e que  este medo só pode fazê-los piorar.

“Espero que alguns outros  líderes, outros gerentes se preocupem e realmente conversem sobre como construir ambientes onde seus funcionários sintam segurança psicológica”, disse Congleton. “Com isso você garante o bem estar e o fortalecimento das equipes, melhorando muito a performance em sua organização”.

Nem sempre é preciso uma grande transformação para mudar os preconceitos  ou tabus a respeito de um tema:  às vezes basta começar com o simples gesto de falar sobre aquilo  que todos sentem, mas  nem sempre tem coragem de dizer.

By: Ísis León, Oficina de Psicologia, Reflexões
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