ANSIEDADE, DEPRESSÃO E MEDO

No livro “O medo do feminino”, Erich Neumann nos passa a mensagem que a mulher pode permanecer por muito mais tempo em contato com a “Grande Mãe” (natureza interior), sem ter que se alienar e se dedicar aos comportamentos tipicamente racionais do masculinos, de forma a manter-se em maior contato com seu autêntico ser, isso dá às mulheres uma vantagem de inteireza e completude natural que o homem não possui.

Penso então que esta situação da descaracterização da mulher, como feminino, promovendo-a ao patamar masculino da sociedade atual, retira toda a naturalidade da humanidade, transformando-nos em repetidores de comportamentos automáticos e padronizados, socialmente aceitos e pre-definidos.

Depois, quando, e se, finalmente nos damos conta de que nunca vivemos para nós, mas existimos para defender as expectativas da cultura e que a primeira metade da vida passou, entramos em uma profunda crise de ansiedade na procura de recuperar o tempo perdido.

Atualmente a ansiedade, a depressão e o medo nos atinge indiscriminadamente por cremos ser extremamente importante a racionalização científica imposta pelo masculino, mas em algum momento nosso ser mais íntimo vai exigir equilibrar-se com a sensibilidade natural e sutil do feminino. Sem este equilíbrio tendemos a nos sentir perdidos, desvalorizados e desperdiçando a vida, cuja consequência maior será o medo da morte porque nunca viveu e talvez já não haja mais tempo.