IMPORTÂNCIA DO SONO

“Existem muitas sugestões para melhorar a qualidade do sono, aquilo que nós médicos chamamos de higienização do sono.”

A Importância do sono já era reconhecida desde a antiga Grécia, sendo Hypnos o eleito com deus do sono, não por acaso, irmão gêmeo de Tanatos, deus da morte.

Ao dormirmos, fazemos essa máquina maravilhosa chamada corpo humano, trabalhar em condições basais mínimas, daí a irmandade de Hypnos a Tanatos.

Muitos estudos demonstram haver uma necessidade média de sono por noite em torno de sete a oito horas, no entanto é preciso respeitar padrões individuais. Se você é uma daquelas pessoas que dormem habitualmente seis horas por noite e fica bem, não há problema. A questão começa a se complicar para as pessoas dos extremos, ou seja, as que dormem pouco, menos de seis horas por noite, ou as que dormem muito, mais que nove horas por noite.

Estudo publicado no European Heart Journal, realizado com quase 500 mil pessoas, mostrou que os indivíduos que dormem pouco, tem o dobro de risco de Acidente Vascular Cerebral(AVC) e infarto, aumentando também a chance de desencadear uma insuficiência cardíaca. No outro extremo, dormir mais que nove horas eleva a prevalência de angina (dor no peito) e doenças coronarianas (por obstrução de artérias).

Tudo isso ocorre em função de desarranjos metabólicos que iniciarão um processo de efeito cascata, culminando com alterações citadas.

Numa conta simples, pense que se você dormir uma hora a menos por noite, ao final de uma não terá perdido praticamente doze dias de sono. Como recuperar? Não se recupera e a tendência é se agravar.

Sabemos também que o processo de memorização se estabelece durante o sono, fixando aquela que chamamos de memória de longo prazo.

Já se perguntou porque sua memória vai mal? Comece por avaliar seu sono.

Existem muitas sugestões para melhorar a qualidade do sono, aquilo que nós mé- dicos chamamos de higienização do sono. De maneira simplista, diria que a primeira providência deveria ser esvaziar a mente, baixando a freqüência cerebral. Trabalhamos o dia inteiro com cérebro em alta freqüência pelas necessidades de decisões e, muito também pelas nossas preocupações, se não baixarmos essa freqüência não conseguimos dormir.

Exercícios de relaxamento e meditação trarão grandes benefícios nesse tocante, mas as pessoas normalmente não conseguem, em função da cultura enraizada da televisão no quarto.

Ora, num momento em que deveriam relaxar para baixar a freqüência cerebral e esvaziar a mente, assistem o jornal da noite, com toda sorte de noticiários: motorista bêbado que bate o carro e atropela cinco pessoas no ponto do ônibus; assaltante que seqüestra ônibus e faz reféns, fora escândalos políticos com nossos bolsos, etc… Daí desliga a televisão e quer dormir. Como? Com todo esse material para o cérebro digerir????

Hoje se tem também a facilidade das redes sociais através dos celulares, ao deitar-se na cama para dormir, aproveitamos para dar uma “ olhadinha “ no face, quando nos damos conta já se passaram mais de uma hora e o nosso sono se foi.

De tanto nos acostumarmos a estender nosso horário de dormir, nos reprogramamos e mudamos nosso relógio biológico. Esse tempo nos fará falta. Então vem as insônias e a saída mais fácil, os remédios para dormir, que detonam nossa concentração e memória, tal qual os antidepressivos.

Está na hora de começarmos a jogar á nosso favor, observando tudo aquilo que fazemos de errado e que compromete nosso sono.

Em ultima análise, o comprometimento do sono, compromete nossa vida, a partir daí é uma questão de escolha.

Dr. Edmilson Fabbri
Para o Jornal Universidade Ciência e Fé
(http://www.cienciaefe.org.br/) em OUTUBRO/2016
Imagem: sleepin - google.com

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