Pois é, mais um ano termina e outro começa.
Verdade mesmo?
Para nós sim, mas para bilhões de pessoas isso não é verdade. Só na China por exemplo, que tem 1,3 bilhões de habitantes o ano mudará para 4718 em 5 de Fevereiro de 2020.
No calendário judaico estamos no ano 5780 desde 30 de Setembro de 2019. Por volta do ano 4236 a.C. os egípcios marcavam os anos por ciclos solares de 365 dias. Penso que para os aborígenes australianos, primeiro de janeiro não diz nada, igualmente para muitas tribos africanas, índios no Brasil e tantos outros.
Nosso calendário tem origem europeia e é utilizado para facilitar as relações comerciais pela grande maioria dos países, foi instituído pelo Papa Gregório XIII no século XVI em substituição ao calendário romano de Júlio César que vigorava desde o século I.
Quero agora voltar à origem de palavras como calendário, cronômetro, cronograma, além de várias outras de natureza quantitativa e que referem-se ao tempo humano, tempo de compromisso que na mitologia grega estava associada à “Khronos”. Também da mitologia quero trazer seu irmão gêmeo “Kairós”, que representa momento oportuno, o momento certo ou momento supremo e também descrever de forma qualitativa o tempo de deus, a eternidade.
Chamo todos estes conceitos para falar apenas de um desejo: que a mudança de 2019 para 2020 traga uma reflexão mais do que apenas uma convenção social, que seja possível ver na vida de cada um, propagar-se como uma onda a inserir entre cada compromisso (Khronos) um momento (Kairós) a eternizar-se:
- no prazer da execução de uma tarefa;
- na gratidão do encontro de olhares e sorrisos;
- no calor dos abraços longos e apertados;
- na energia sincera de um aperto de mão;
- num momento de puro perdão;
- num carinhoso beijo;
- num respirar fundo de olhos fechados e de satisfação pra si mesmo.
Desejo-te um excelente ano, uma excelente passagem, desejo que eternize a ti mesmo em infindáveis momentos.
By José Luiz Nauiack em Dezembro de 2019 Imagem: pexels-photo-71154
