VOCÊ JÁ CONVERSOU COM A SUA “BOLA WILSON” HOJE?

Conversar sozinho é coisa de louco? Pois eu te digo que não há nada de loucura nisso, aliás, é super saudável.

Quem escuta sua própria opinião e debate sobre isso com o seu outro eu, faz o que chamamos de debate socrático. Você questiona seus pensamentos antes de tomar decisões, avalia e às vezes se contradiz, discursa defendendo seus “eus”, sim, é como conversar com seu animalzinho de estimação!

Sabe aquela pergunta que você se faz, responde e se questiona do por quê?

Fazer esse debate é levar em consideração outros pontos de vista, e isso não te faz ser indeciso. Você se torna mais crítico em relação aos seus pensamentos e pratica o estado de ter uma mente mais aberta, isso te ajuda no enfrentamento de medos, que muitas vezes, você nem imagina que tem, mas te limitam de ver oportunidades.

Quem assistiu ao filme “Náufrago” sabe que após a queda do avião, o protagonista da história sobrevive em uma ilha deserta por longos anos, ali ele cria um amigo imaginário em uma “bola”, dando o nome de “Wilson”. Todas as decisões e angústias eram compartilhadas com esse “amigo”, e isso talvez fosse a forma que ele encontrou de não enlouquecer frente às dificuldades na busca da sobrevivência. Esse é um exemplo perfeito desse “debate socrático” que descrevemos.

Aprender a se escutar, é ter empatia com esse novo “eu“ criado, é usar a criatividade e toda a sua essência na busca de soluções. Vivemos tanto no automático que dificilmente conversamos e escutamos o que sabemos sobre nós mesmos.

Segue algumas perguntas que você pode começar a usar para aprimorar sua plasticidade cerebral, é uma das técnicas mais utilizadas na Terapia Cognitiva:

  • Faça um levantamento de prós e contras da questão que você se sente em dúvida, tente se basear em evidências, pois compreendemos que diante da falta dessas provas, sua mente pode estar criando coisas.
  • Quais são as evidências do pensamento que tenho, são reais? Qual a evidência contrária ao que penso?
  • Se um amigo estivesse passando pela mesma situação que você, qual o conselho você daria?
  • De acordo com seu pensamento, qual a pior coisa que poderia acontecer? Poderia superar isso?

Qual o pensamento improdutivo mais repetitivo em sua mente? Tente entender qual o medo que ele representa.Esse pensamento é capaz de ser tão irreal e disfuncional que faz a sua vida não prosperar. Somos uma união de conceitos de tudo que acreditamos, mas não precisamos enraizar para sempre nos mesmos pensamentos.

Todos nossos pensamentos foram criados desde a infância, seja pela estrutura familiar, desenvolvimento da personalidade, amigos, relacionamentos, cultura, ou seja, tudo que foi aprendido e uma vez tomado como verdade, nem sempre te faz bem. Estes pensamentos se enraízam e se transformam em “crenças”, mas se forem monitorados e trabalhados, podem ser desconstruídos e modificados por novos pensamentos, desta vez, produtivos.

Deve ser um treinamento mental constante, a repetição de uma nova frase que funcione para você, algo incentivador nessa mudança que você busca. Nem sempre será algo que você acredita inicialmente, mas se fizer algum sentido, precisa treinar sua mente até que se torne uma nova realidade.

Os diálogos internos nos ajudam no enfrentamento e resiliência dos problemas. Auxiliam no seguimento de nossa vida quando passamos por frustrações, luto ou até mesmo, alcançar um objetivo.

Quando você amplia o modo de pensar, você tem maior tendência a analisar de forma mais racional as mudanças que precisam ser feitas. É como voltar para a fase dos porquês, um autoconhecimento eficaz.

Quando você aprender a ouvir o que seu interior quer dizer, conhecer seus medos e se dar a oportunidade de questionar cada um, estará mais perto de prosperar e quebrar pensamentos limitantes.

Fonte: 
Cleunice Paez - Psicóloga pela UNIP (www.psicologavilamariana.com.br)
Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental – CETCC
Especialista em Psicologia Jurídica – UNICID
Imagem: Pinterest

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