SOBRE A VIDA E O VIVER

A vida simplesmente perderia o sentido sem a presença dos opostos. Se não vejamos:

É preciso tristeza para saber o que é felicidade, o barulho para apreciar o silêncio, a guerra para haver a paz, a doença para festejarmos a saúde, a inércia para brindarmos a dança, a carranca para iluminarmos o sorriso, a inépcia para exaltarmos a inteligência, a dor para elevação do amor, e, principalmente, a ausência para valorizarmos a presença.

Baseado nesta última observação o que você tem feito para não ser apenas um número estatístico entre os 6 bilhões de habitantes neste planetinha chamado Terra? E não precisa ser nada notável, feitos grandiosos propagados aos 4 ventos. Não. Nem é por este aspecto esse questionamento. O que você tem feito como ser humano em prol da humanidade, no sentido de tornar o seu microcosmo melhor? Como microcosmo me refiro ao final desta cadeia:

Planeta –> Continente –> País –> Estado –> Cidade –> Bairro –> Casa, trabalho e amigos

Seu microcosmo é o seu entorno. Como essas pessoas se lembrarão de você? Como um (a) mãe/pai consciente e atento? Como um cônjuge parceiro na caminhada? Como um amigo ou colega de trabalho pronto para ajudar, seja por ação ou conselho?

Passar por esta vida deixando uma marca indelével no coração daqueles que conviveram com você, e não apenas fazendo sombra por estar ocupando espaço. Sim, isso mesmo. Tem pessoas que passam a vida apenas ocupando espaço. Não acrescentam nada a si próprio e aos outros nesta maravilhosa experiência humana. Sequer se preocupam com o que vieram fazer. Comem, bebem, dormem e respiram. Fazem o mínimo necessário para manterem-se vivos, e acham que isso já é o bastante, ou seja, só ocupam espaço.

Dentro da experiência vivida nestes 2 anos de pandemia, onde o medo e a preocupação imperaram pelas incertezas. Onde vimos pessoas caras ao nosso sentimento partirem nos braços de um vírus, cruelmente. Se dado a esse fato, pelo menos fizermos uma reflexão sobre a vida e o viver, então, pelo menos, aproveitamos a experiência da dor para haver um crescimento. Parafraseando Buda, “A dor é um dos veículos da consciência”, o outro é o amor, mas, parece haver preferência pelo primeiro.

Se o fato de termos ficado reclusos em nossas casas, órfãos de amigos e familiares, não foi suficiente para uma reflexão mais profunda no tocante no que podemos ser melhores para com o planeta e com o nosso entorno, então haja vírus, terremoto, tsunami, vulcão, secas, etc, etc… para tocar nossa consciência. Não apenas ocupemos espaço e façamos sombra, façamos, sim, a diferença.

EDMILSON MARIO FABBRI – para a Revista Ciência e Fé nº259 em OUT/2021
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